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sábado, 8 de janeiro de 2011

Noite de Saudade...


A noite vem pousando devagar
Sobre a terra que inunda de amargura…
E nem sequer a bênção do luar
A quis tornar divinamente pura…

Ninguém vem atrás dela a acompanhar
A sua dor que é cheia de tortura…
E eu ouço a noite a soluçar!
E eu ouço soluçar a noite escura!

Por que é assim tão ´scura, assim tão triste?!
É que, talvez, ó noite, em ti existe
Uma saudade igual à que eu contenho!

Saudade que eu nem sei donde me vem…
Talvez de ti, ó noite!… Ou de ninguém!…

Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!

Florbela Espanca - A mensageira das violetas

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Do meu silêncio


Ah devaneios!
Estes que me entorpecem...
Arrancam minha alma
e me levam a um mundo distante.

Lá fora a vida continua em um ritmo frenético
Dentro de mim a noite cai escura
Trazendo lembranças de um sorriso bobo e vil
Do que não quero lembrar
Do que não me esforço para esquecer

Minha mente gira em uma velocidade absurda
Tento parar, tento esquecer
Quero de volta o sonho arrancado de minhas mãos
Quero de volta o não-crer.



"Meu mundo que você não vê
Meu sonho que você não crê."
(Cazuza)