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quarta-feira, 18 de maio de 2011

De repente... não mais que de repente...



'De repente, não mais que de repente'
O verso de Vinícius de Moraes martela em minha mente sem cesar
Como? Porque?
De repente... não mais que de repente...
Me vem a mente teu sorriso,
Tão menino...
Tão meu, mesmo sem ser...
hoje acaba...
onde eu fiquei tão distante?

(São Luis, março 2011)

Outra pessoa


No discurso romântico são feitos vilões. mas, na realidade, são anti-heróis.
bons corações que se perderam pelo cotidiano e chegaram depois. maldito seja esse músculo que não se norteia por bússolas ou se guia por satélites! e acabamos nos apaixonando por corações já conquistados (não encontro explicações por que amamos e queremos ser amados por um determinado ser e excluimos todo o resto da humanidade) e tornamo-nos a outra pessoa.
grandes doses de manutenção da integridade do eu se fazem necessárias. é o oposto daquilo que se diz politicamente correto. no discurso amoroso, os sentimentos nem sempre procuram situações formatadas e explorar territórios colonizados sempre resultam em algumas baixas, cicatrizes de batalhas e corações feridos de alguma parte.
cautela é recomendada. mas, é fundamental viver o que se ama.

Veríssimo


“É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom dia”, quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.”
Luiz Fernando Veríssimo