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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Oh Billie...

Billie Holiday tem me feito companhia. Com sua vozinha fina um pouco rouca e aquela genialidade histórica irrecuperável, o canto da menina que vestiu casca de mulher, tira de mim qualquer preocupação ou importância, onde, por consequência, caminha o fato de estar só.
Ganhei de um amigo a biografia pocket  de sua vida escrita por Sylvia Fol e confesso: Não consigo parar de ler!

“Negra, pobre, prostituída, vulnerável e com um voz lânguida e vigorosa, Billie Holiday ( 1915-1959 )- desde as ruas do Harlem até as mais prestigiosas saladas de espetáculo – lutou a vida toda para se impor. Sexo, álcool, drogas, Lady Day queria experimentar tudo. Foi no palco, cantando músicas que se tornariam clássicos, que ele viveu a única experiência verdadeira do amor. Seu nome virou sinônimo de jazz, e sua vida – numa época em que a população dos Estados Unidos estava dividida entre brandos e negros, voi um caminho para a liberdade.” ( Sylvia Fol, autora de Billie Holiday, da L&PM Biografias Pocket ).
Oh Billie! Nada soa grandioso senão a particularidade de sua voz e de suas interpretações. Sua vida faz parte daquele submundo cuja descrição muitas vezes nos chegou por meio das telas cinematográficas: o mundo do jazz, do Harlem, da prostituição, do álcool barato, do fumo ordinário e das drogas que a levaram à ruína. Nela, tudo é underground, quase tudo recende a melancolia e a depressão. Sua voz fina na trilha de filmes antigos conjuga, com maestria, a estética musical com o fundo histórico de uma época que produziu grandes gênios da música. 


As gardênias de Lady Day: " (…) Essa criança a incomoda (à sua mãe), e ela encontra mil desculpas para deixá-la com sua família. Eleonora tem dois anos e é bonita como um coraçnao. Dessa época longínqua só existe uma fotografia, em que ela usa bata clara e botinas, com flores brancas nos cabelos. Seriam já gardênias?… (…)”
Eleonora era seu nome, mas adotara Billie por causa de seu pai: “ (…) De vez em quando, entre dois compromissos, seu pai, CLarence Holiday, vem lhe fazer uma visita. Ela se diverte com seu jeito tagarela, com esse garotão atrevido de boca suja. É ele que lhe dá o apelido de Bill. Sem dúvida não é estranho que futuramente ela escolha o pseudônimo de Billie, já que ela adora esse pai bem falante, cuja vida parece ser uma festa contínua. E depois, ele canta tão bem…(…)”

“I never hurt nobody but myself, and that's nobody's business but my own.”
Billie Holiday (1915-1959)